Terror: Do Céu ao Inferno em quatro horas
Neste
fim de semana, decidi assistir a três filmes que há muito estavam
na minha lista (coincidentemente, todos de terror). Foram algumas
horas que eu gostaria de ter de volta (exceto um filme), pois a
frustração foi maior que o dinheiro arrecadado pelos mesmos.
Gostaria
de começar com Babadook (2014), pois foi o único dos três que eu
gostei e recomendo. Foi co-produzido por Canadá e Austrália e
dirigido por Jennifer Kent (estreia). O filme é um terror
psicológico que conta a história de Amelia (Essie Davis) e seu
filho Samuel, que estão sendo atormentados por uma entidade maligna.
Amelia
é mãe viúva e perdeu o marido no dia que o mesmo a levava ao
hospital para dar à luz. Seis anos se passaram desde o acidente e
ainda não houve superação do caso, então ela não consegue amar
seu filho como deveria. Já o garoto tem constantes pesadelos, além
de problemas comportamentais que viriam a piorar quando a Amelia lê
um livro infantil perturbador ao filho antes de ir à cama e ele
começa a associar os pesadelos à vida real utilizando o livro como
canalizador destas ideias.
Como
em todo filme clichê de terror, a criança expõe a ideia de uma
entidade, porém a mãe não acredita e o filme desenrola em cima
deste fato, até que (diferentemente dos outros filmes de terror) a
entidade se mostra à mãe no final ao invés da metade e a tensão
começa a tomar conta dos dois que agora lutam juntos contra a
criatura. O final não deixa a desejar (o que é raro em filmes do
gênero), porém, como é de praxe de mídias que buscam o
psicológico da audiência, o entendimento está implícito e é
preciso prestar muita atenção para entendê-lo, mesmo sendo bem
interessante.
Penso
que a imagem da “entidade” como mostrada tenha sido proposital,
mostrando ao público a percepção infantil através dos olhos de um
adulto, o que torna o longa ainda mais atraente. Babadook tem uma boa
fotografia, excelentes atuações das duas personagens principais
(Amelia e Samuel), e um enredo que flui sem perder as rédeas no
final. Recomendo, mas, se não entender o final, não o julgue como
ruim ou sem sentido, porque a metáfora é perfeita. Estou até
ansioso para ver um próximo trabalho da diretora.
Agora,
vamos às decepções e começarei com Jessabelle (2014). Este pedaço
de tempo perdido é americano e foi dirigido por Kevin Greutert (Saw
VI, VII). Para quem gosta do gênero, na hora percebeu que o filme é
um reboot de A Chave Mestra (que por sinal é um excelente filme).
Nem irei me prolongar com este filme pois você pode assistir ambos e
perceber as semelhanças do começo ao fim, principalmente o voodoo
utilizado para possessão de corpo. A fotografia é boa, porém, a
música é fraca, muito calma, presente nos momentos desnecessário e
ausente em alguns necessários. Recuso-me a continuar falando sobre
isso. Próximo, por favor.
A
próxima tristeza cinematográfica chama-se: Annabelle (2014) –
sim, todos são do ano passado e eu só vi agora. Este filme tão
comentado sobre a famigerada boneca apresentada em Invocação do Mal
(2013) – melhor que o sucessor, porém ainda mediano – e adorado
por garotas de treze anos que vão ao cinema fazer farra e levar
susto de coisa sem sentido pode ser considerado um lixo. Dirigido por
John R. Leonetti, que sempre trabalha com James Wan (Saw, The
Conjuring, Insidious, Dead Silence), este filme merece ser esquecido
completamente.
O
longa conta a história da boneca até chegar aos acontecimentos de
Invocação do Mal, para que a linha do tempo se feche, apresentando
um casal prestes a ter uma filha. O marido compra a boneca à esposa,
que por sua vez, apresenta-se como uma assídua colecionadora. Até
este momento, tudo bem, mas a família sofre um “atentado” na
própria casa de uma seita “satanista”, que com um paupérrimo e
ridículo ritual de sangue, milagrosamente a boneca ganha vida.
Após
essa apresentação medíocre, a família passa a ser atormentada
pela boneca e por um demônio muito mal feito, como se tivesse sido
criado às pressas, sem nenhum atrativo. O filme não apresenta
nenhuma cena de tensão, nojo e/ou medo, ficando apenas naquela
esperança vaga e inútil de algum plot twist, mas, obviamente, não
veio nada exceto a decepção que crescia abruptamente a cada minuto.
Nem preciso comentar o final, vou terminar por aqui antes que me
irrite de novo.
Você já assistiu algum destes filmes? Qual a sua opinião? Deixe nos comentários abaixo.
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