Crítica: Batman, O Cavaleiro das Trevas III - A Raça Superior Vol.1

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Há uns dias saiu nas bancas a terceira parte da icônica HQ Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, publicada pela DC Comics. O roteiro de Miller e Brian Azzarello (Coringa, Mulher-Maravilha) nos introduz à primeira parte das oito, intrigando com todos os planos de fundo que interligam a história.

A arte de Andy Kubert caminha ao lado do que é proposto pelos roteiristas, ditando um ritmo de poucos quadros, querendo uma maior objetividade e indo de encontro ao fiasco de 2001, a segunda parte de Cavaleiro das Trevas.

Temos, em vista, uma trama com 3 personagens principais, Carrie Kelley, a ex-Robin, Mulher-Maravilha e a ainda Comissária Ellen Yindel. De um lado, duas mulheres fortes e completamente independentes, do outro, uma antiga soldada de um Cavaleiro, tentando seguir seus passos e ideais. O feminismo fortemente presente é muito bem trabalhado e as pontas deixadas para os próximos capítulos nos enchem de expectativas.

O primeiro volume veio com uma premissa de mistérios, apresentando um Batman que volta a surrar policiais, principalmente agora que voltou a ser perseguido pela mesma após a aposentadoria do Comissário Gordon na primeira parte. A forte presença da mídia no caso, assim como o clássico de 1986, e a inserção de fotos por celular e conversas virtuais dos acontecimentos fortalece os lados da corda que pendem para os fãs mais tradicionais e também aos novos, tornando a HQ tão atual quanto suas predecessoras.

Num segundo plano, nos é apresentada a Mulher-Maravilha, agora com um filho bebê (ainda não foi revelado quem é o pai), mostrando seu lado feminino mais frágil e maternal em contraste com a guerra em seu coração, amamentando-o logo após uma luta. Ao voltar para casa, descobre que sua filha fugiu novamente e o próximo quadro leva ao terceiro plano de fundo.

Uma filha do Superman (talvez com a Mulher-Maravilha) está no que parece ser a Fortaleza da Solidão, ao lado de um Clark congelado e de Kandor ainda em estado diminuto, da mesma forma que Brainiac deixou. Arco esse que vai até à história do Átomo nesta revista, herói este que Lara procura a fim de pedir ajuda a Kandor, já que seu povo está cansado de ser pequeno e anseia a normalidade mais que tudo, levando a crer que talvez esta seja a Raça Superior à qual Miller e Azzarello se referem.

A revista é de leitura rápida e agradável, com poucas páginas e quadros, mas é completamente trabalhada em metáforas, suposições e detalhes, nada além do esperado de Miller, sendo assim, é aconselhável ler duas vezes para entender as referências antes perdidas. Em suma, a nova parte de Cavaleiro das Trevas começou muito bem e com um interessante plot twist no final, mesmo que não seja de muito agrado e, por isso, torço para que dê certo a iniciativa.

Nota: 4/5





Unknown

Cavaleiro que diz 'Ni', viajante das realidades temporais e ruminante mental aspirante a escritor.

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