Crítica: Capitão América: Guerra Civil


Fui ao cinema assistir ao aguardadíssimo terceiro filme do Capitão América, Guerra Civil. Sabendo o histórico cinematográfico da Marvel e tendo lido a HQ, estava com baixas expectativas do filme por não acreditar que não conseguiriam fazê-lo sério o suficiente. Resultado: foi mais sério que seus predecessores, mas pecou em alguns momentos.

Na HQ, a divisão entre Capitão América e Homem de Ferro dá-se através do choque de opiniões sobre o registro dos super-heróis ao governo, ou seja, revelar suas identidades e dados pessoais - coisa que a Viúva Negra já vazou no segundo filme do Capitão, Soldado Invernal. Já no filme, é o tratado de Sokovia, onde, pela união de vários países, decide-se que os Vingadores agora devem agir de forma fiscalizada, de modo que tal ação só pode ser tomada se passada pela aprovação do governo.

Após os acontecimentos em A Era de Ultron, Tony Stark decide apoiar o governo nesta decisão, afirmando que será melhor para o grupo e o mundo se o grupo for fiscalizado. Por outro lado, Steve Rogers vai de encontro à proposta, defendendo que o governo pode vir a ter decisões que tenham fins para benefício próprio e se recusa a aceitar um possível futuro onde enxerga a si mesmo de mãos atadas diante de uma catástrofe.

Outro ponto chave para a "rebelião" do Capitão América é a perseguição ao Soldado Invernal, amigo de infância de Steve, que o julga inocente do atentado à ONU e o defende contra o governo. Nesta visão, Rogers tem consciência que a vida de seu amigo está em jogo e muito mais pode estar futuramente enquanto que Stark trata a decisão do Capitão como traição.
Em outro plano de fundo, as apresentações do Homem-Aranha e Pantera Negra foram, no mínimo, espetaculares. Mesmo com o foco em Capitão América contra Homem de Ferro, os momentos com os dois "novatos" foram os melhores, o auge do filme. Tom Holland interpreta o que promete ser o melhor Aranha do cinema, repleto de fan service.

Já o vilão, Zemo, de longe foi o ponto fraco do filme, já que suas intenções demoraram demais para ficar claras e nem os seus plot twists foram suficientes para salvá-lo.

O jogo de câmeras está melhor que os últimos filmes da Marvel, as cenas de ação estão bem coreografadas e as atuações não deixaram a desejar. Em suma, o filme cumpriu o que prometeu e não precisou ter um roteiro piadista para isso. Se a nova fase cinematográfica da Marvel for desenvolvida a seguir os passos de Guerra Civil, teremos ainda filmes melhores e mais sérios.
Nota: 4/5

Unknown

Cavaleiro que diz 'Ni', viajante das realidades temporais e ruminante mental aspirante a escritor.

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